Meu Ponto de Vista


Meu ponto de vista sobre a posição da UNITA,
face às propostas avançadas pelo MPLA.

Começo esta análise por uma conclusão que resume tudo quanto podemos depreender desta encenação, cuja origem provém muito antes da realização das eleições legislativas: “Em momento algum o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, se predispôs a submeter-se ao voto popular”. Os 81,6%, diga-se: a fasquia foi içada alto de mais para as manobras decorrentes; Quintino de Moreira com a ND e as eleições indirectas; supostas controvérsias internas ou renúncias no MPLA; eleições atípicas; revisão da Constituição, etc., não passam de variantes de uma mesma incógnita cujo objectivo real é proteger José Eduardo dos Santos da censura dos angolanos.

Não nos enganemos. Os três projectos de governação não serão submetidos à debate popular, são simplesmente levados como informação formal à algumas pessoas. É apenas isso mesmo.
Pois, estes debates não terão qualquer valor atributivo determinante - tudo está decidido de avanço. O que é posto agora a circular é o ponto de vista unilateral do MPLA que não teve em conta outras propostas, nem dos partidos políticos com assento parlamentar, tão pouco da sociedade civil.

Nestes projectos, não há nada de extraordinário, nem nos princípios fundamentais, nem nas rubricas relativas às sub-constituições adjacentes. A única novidade que pude também constatar, trata-se do modelo “C” – Presidencialista Parlamentar. Procuramos aturadamente compreender no Direito Constitucional, o que na realidade quer isto dizer e que fundamento nos reserva esta inovação? - Nada de concreto. Uma hipótese, provável de ser a mais verídica. O MPLA, o PR em primeiro lugar, tencionam perpetuar o modelo de governação em vigor, ou seja o monopartidarismo guiado pela monarquia, consubstanciada na força da oligarquia elitista latifundiária ou financeira. Se agora não há respeito pelos deputados, não será na madrugada que o Parlamento terá valor institucional como tal.

Para dizer que: “a UNITA tem razão na sua interpelação e estamos solidários”. É vergonhoso que um país com um índice de miséria tão elevado como o nosso, expresso na sua taxa assustadora de mortalidade; um país que deveria ter a estabilidade político-social como principal objectivo gaste assim tanto dinheiro, tanto tempo por causa de uma só pessoa.

Estas modalidades de governação que me parecem indesejadas e desnecessárias na sua essência e que foram introduzidas com o intuito de criar tensões, exaltar ânimos susceptíveis de provocar conflitos, são extemporâneas. Repito o que tenho dito, ou melhor, o que temos dito: Não houve necessidade, não houve urgência alguma para a revisão da constituição; os diplomas que compunham a Constituição em vigor eram riquíssimos e confortáveis para permitir no mínimo um processo eleitoral regular. Toda e qualquer emenda poderia efectuar-se muito bem a posterior. A realidade é que, houve desde o início “Má fé”.

Portanto, sem dúvida, entre ditos e desditos, todos sabem agora que a máquina política e administrativa do MPLA e indirectamente a do governo, funcionam essencialmente para satisfazer as vontades de José Eduardo dos Santos. Tudo o resto não passa de um jogo de passa-tempo com o objectivo de nos distrair do essencial. Iludir a opinião pública nacional e internacional.

Como disse: O PR por nada deste mundo quer submeter-se ao julgamento popular através do sufrágio universal directo. “Para o Presidente da República, este tipo de eleições constitui uma ofensa e humilhação”.
Por outro lado, o Balé diplomático que decorreu desde a chegada a Angola de Sua Santidade o Papa Bento XVI, em Março; a participação do PR na Cimeira do G-8 em Aquila Itália a convite de Berlusconi, em Julho; a visita da Secretária de Estado Americana Hillary Clinton aos 9 de Agosto, Balé que culminou com a visita do Presidente sul africano Jacob Zuma, e a tristemente célebre declaração do PR aos 20 de Agosto sobre as eleições atípicas, logrou mais o interesse pessoal e político do PR do que o interesse nacional. Este foi mais um exercício que serviu apenas para caucionar o plano que se verifica agora.

Outrossim, pessoalmente e se de facto pretendemos a evolução de Angola, não apenas limitada no contexto do progresso dos países africanos, mas sim à escala de todo mundo estável e desenvolvido, pugno por um modelo de governação Semi-presidencialista, com a nítida separação de poderes. É o mais adequado para um país como Angola. Fora disso, não nos libertaremos nunca do Sobado africano.

Deus Abençoe Angola
Luisete Macedo Araújo
Pré-Candidata às eleições presidenciais


CONFERÊNCIA DE IMPRENSA dos
Pré – Candidatos às Eleições Presidenciais

Assunto: Pedido de anúncio da data das Eleições Presidenciais

Local: Luanda – Hotel Trópico - Sala NAMIBE
Data: 22 de Julho de 2009
Hora: 10: 00

Caros presentes, merecidos representantes dos cidadãos angolanos, dignos trabalhadores da Comunicação Social.

1- Tomamos a iniciativa de convocar esta mini-Conferência entre os Pré-Candidatos às Eleições Presidenciais para manifestar em uníssono nossa preocupação e descontentamento, num momento em que há um silêncio total por parte de Sua Excelência o Presidente da República para com todo o povo angolano. Estamos praticamente no período de expiração do prazo recomendado para a marcação das datas da realização das Eleições Presidenciais. Porém, o cidadão merece um esclarecimento.

a) Este comportamento, denota que sua excelência o Presidente da República tem manietado a opinião pública nacional e internacional em volta daquilo que traduz seus desígnios, que se sobrepõem aos interesses de todo um povo. Hoje, Angola, seu povo e seu potencial económico, gravitam em torno de tudo quanto tem sido os programas cujos objectivos finais visam de forma exponencial promover a sua imagem.

2 - A não realização das eleições presidenciais neste intervalo de tempo aprazado por lei, vai também transtornar todo um calendário eleitoral a posterior, bem como a estabilidade da actividade governamental, que se repercute negativamente no comportamento emocional da população. Em face disso, deixamos a seguinte questão: ao realizar-se as presidenciais em 2010, quando é que terão lugar as Eleições Legislativas futuras e outros passos subsequentes?

3 – Expirado o prazo inicial e se porventura as eleições não tiverem lugar este ano 2009, não encontramos razão absolutamente alguma que justifique essa tomada de posição extraordinária que, ao nosso entender, não deixa de ser unilateral e muito personalizada. Isto terá igualmente consequências económicas sérias. Pois, com este procedimento, o Estado angolano coloca em dúvida e perante o mundo, seus créditos de idoneidade e probidade.

a) A reivindicação que fazemos aqui, para além de ser justa, é legítima porquanto desde 1992 que é negado aos angolanos este direito, um dos mais elementares no exercício da livre democracia em todas as sociedades civilizadas do mundo.

4 - Mais do que nunca estas evasivas deixam transparecer de forma nítida que tudo isso não é espontâneo. Foi zelosamente preparado com muitos anos de antecedência onde se previu a fraude denunciada nas legislativas passadas e as manobras que observamos agora, que tendem a perpetuar este regime.

5 - O Estado actual desenvolve uma política do cego e do surdo, pois finge que não vê as atrocidades que diariamente o governo e todos a ele afectos cometem contra os cidadãos, na sua plenitude do território nacional e que não escuta as lamúrias e os gritos de agonia deste povo que, cada dia que passa, desesperado, espreita o precipício. Esta confusão, consiste em facilitar que indivíduos se apoderem de forma “indevida” de tudo quanto tem valor em termos de património nacional. Naturalmente, são bens e dinheiro que serviriam para evitar as mortes em série que se
sucedem no presente e a multidão de frustrados e pedintes que se está a formar. Ou seja: enquanto uns poucos irão construir riqueza, o resto dos mais de 16 milhões de angolanos, continuará a vegetar entre a miséria e a subsistência.

6 - Se realmente não se respeitar os ditames da democracia efectiva e da alternância do poder político como mentores determinantes na solução dos problemas sociais, o futuro de Angola, pelos traços do presente, será ilustrado, de um lado por uma população de angolanos vilipendiados moral e materialmente e de outro, por um grupo de indivíduos despidos de sentimento patriótico.

7 - Não nos podemos esquecer que a concentração de riquezas nas mãos das mesmas pessoas e contrariamente ao que muita gente pensa, não impõe somente a ditadura. O mais grave é que a acumulação de riquezas cria a alienação material e a demência espiritual dos cidadãos que são forçados a sujeitarem-se para poder existir, no mínimo como seres humanos.

a) Por outras palavras queria dizer que: este estado permanente de mendicidade faz pensar ao povo que aquilo que os governantes “devem fazer como dever”, é um favor que lhes é prestado e não “uma obrigação que cabe ao governo para com o povo, único soberano”. Politicamente, assiste-se assim a aplicação integral do conceito que imputa na mente até de pessoas formadas e lúcidas a noção segundo a qual: “Depois de mim, nada mais tem valor; depois de mim, será o caos”. É o que, de um tempo à esta parte, querem-nos fazer crer.

8 - Não obstante todo este cenário deplorável, importa lembrar que este comportamento pacifista e exemplar do povo, não deve ser interpretado por ninguém, como ignorância ou submissão total e cega, mas sim como alto grau de maturidade e de cidadania que deve merecer o devido respeito.

9 – Para terminar, depois de reiterar o meu voto expresso de insatisfação face ao silêncio do Presidente da República em não anunciar pública e oficialmente o calendário das eleições, quero repetir aquilo que muitos já têm dito: voltemo-nos para nós mesmos, usemos todos os meios ao nosso alcance para encontrar as soluções rápidas, mas as mais consentâneas, pois a comunidade internacional chegou a uma fase de saturação que não parece muito disposta a sacrificar seus interesses, sobretudo quando não sente nenhum esforço retroactivo por parte dos nacionais, nessa direcção.
Daí que, e digo: “Não basta ter razão, o mais importante é saber e poder defender esta razão!”

10 – Caros presentes, jornalistas, políticos, sociedade civil, angolanos no seu todo, unamo-nos e reflictamos seriamente sobre o presente e o futuro do país de todos nós. Sem dúvida o trabalho dos jornalistas ante as adversidades múltiplas tem sido enorme, é preciso que o trabalho dos políticos seja três vezes mais, para que o povo acredite muito mais nele próprio e ganhe força e coragem para se libertar das correntes que o oprimem e o deprimem.

Eis o propósito desta Conferência que desde já, agradecemos a vossa presença e pedimos a devida divulgação.

Deus abençoe Angola!

Email: luisetearaujo7@gmail.com
Blog : luisetearaujo.blogspot.com/
Apoio: apoieluiseteparapresidente@gmail.com


Obrigada

Jornal “O PAIS”


LUISETE ARAUJOCANDIDATA DO POVO

1- Há informações segundo as quais a proposta de constituição do
partido no poder propõe um mínimo de 30 mil e um máximo de 35 mil
assinaturas para suportar as candidaturas ao cargo de Presidente da
Republica. Como encara este incremento (actualmente pedem-se 10 mil),
que fins visa no seu entender?

L.M.A. – Se tal for verdade, penso ser ridículo. Isto pode ser mais uma prova do elitismo que se pretende instaurar em Angola. Se associarmos a forma sub-reptícia de intimidação que vigora em todos os escalões da nossa sociedade que só consagra estatuto de angolano com pleno direito àquele que estiver afecto ou ostentar as insígnias do partido no poder, seremos forçados a enquadrar mais esta manobra num programa de exclusão dos verdadeiros angolanos das instituições que projectam e administram seus destinos. 10 mil assinaturas já em si, é um exagero.


2- Em que pé está a campanha de Luisete Macedo Araújo no que toca a feitura do
chamado trabalho de casa?

L.M.A. - Logo após a apresentação da minha candidatura ao público, a minha acção cingiu-se predominantemente no trabalho de campo. Nunca desertei o campo, ou seja, sempre estive em contacto com a Angola que mais sofre. Esta Angola que acorda muito cedo à procura do nada. Esta Angola que não tem emprego e é vítima da falta de tudo até de compaixão daqueles que podem. Esta Angola que observa impotente, as crianças a matarem seus futuros nas ruas da amargura.
Aliás, o que me fez reagir, foi esta realidade constatada através do contacto directo que fui mantendo com as pessoas. Como não tenho fortuna para ajudar os pobres de forma mais directa e material, e como sou consciente de que, se haver boa vontade politica por parte de quem dirige, pode-se perfeitamente proporcionar uma outra forma de vida aos angolanos, porque basta isso, a boa vontade politica. Pois Angola tem meios que chega e sobra para cada um ter o conforto que se exige no quadro dos Direitos mais elementares de qualquer cidadão. Foi esta falta de boa vontade política que me encorajou a candidatar-me.
Já estive em: Cabinda, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Malange, Benguela e Bengo.

3 - Está em condições de reunir o número de assinaturas requeridas para
sustentar a sua pretensão de concorrer as próximas eleições
presidenciais?

L.M.A. – Primeiro e repito, não acredito que homens responsáveis e que vivem em Angola, que têm conhecimento das estatísticas demográficas e da sociologia dos angolanos, sejam capazes de propor uma coisa dessas. No entanto, para evitar futurologia, não arrisco a ser categórica. Mas, se formos empurrados para este cenário tudo faremos para responder aos critérios que forem exigidos. Como disse no inicio, basta colocar-se fim às práticas de intimidação dos cidadãos e assim conseguiremos porque os angolanos de Cabinda ao Cunene do Mar ao Leste estão mais do que nunca sedentos de mudança. Não só mudança dos homens, é acima de tudo mudança das ideologias, das políticas e das mentalidades que desprezam o próprio cidadão angolano. Outra verdade é que, volto a recordar que, o angolano de hoje já não é o angolano de ontem que vivia retratado e ignorante da realidade politica. O angolano de hoje já não se deixa levar por três palavras e sabe também detectar nas entrelinhas as possíveis manobras.

4 - Como encara o coro de partidos e políticos que antes defendiam o
semi-presidencialismo e agora convergem no presidencialismo?


L.M.A. – O debate contraditório é muito salutar para a saúde e longevidade da Democracia. Lamento apenas que este debate tenha surgido tarde e que ainda esteja circunscrito ao nível de poucas elites. Pois, todos nós sabemos que a maioria não entende a essência epistemológica dessas palavras no contexto político e que repercussões podem ter para as suas vidas no quotidiano.
Respondendo directo a sua pergunta, penso sinceramente que, no prolongamento do projecto da urgência de se enveredar pela descentralização da administração, com o sistema de regionalização e da necessidade de se pautar pelas eleições autárquicas para devolver o poder ao povo com a eleição do administrador municipal, acho bem que a melhor forma de fazer do progresso uma realidade seria optarmos pelo regime do semi-presidencialismo ou seja da delegação de tarefas e responsabilidades que começaria na cabeça do próprio Estado. Assim evitaríamos a inércia ou o congelamento absurdo de dossiers de extrema importância, só porque
o presidente está impossibilitado de assinar, pelos mais reles motivos.
Aproveito endereçar uma palavra de muito afecto e carinho a todas as crianças de Angola e suas mães, em particular àquelas que pelas vicissitudes actuais não têm o pranto para acalentar o filho que chora. Que tenham coragem e que tenham fé que em breve tudo vai mudar para o melhor.
Se for eleita Presidente: Quero Devolver Angola aos Angolanos.

Deus Abençoe Angola

L.M.A - Nasceu em Luanda aos 22.02.1960, casada com: Carlos Vieira Lopes de Sousa Araújo. É finalista do Bacharel de Teologia pela Escola Superior de Teologia da África Ocidental, Cristã convicta há 24 anos. Filha de: Francisco Henriques de Macedo, natural de Malange e de: Fátima da Natividade Benge, natural de Maquela do Zombo Província do Uige. Neta paterna de: Mário Henriques de Macedo e de Luzia Joaquim - Naturais de Malange. Neta materna de: António Pedro Benge e de Teresa da Natividade Benge - Naturais de Cabinda, preso político no então processo 50.


Luisete Macedo Araújo - Pré-candidatura Independente a Presidência da República de Angola

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A delinquência juvenil
Causas e consequências


“A primeira grande causa da delinquência é a má governação! O primeiro grande antibiótico é a alternância do poder na governação”.

Luisete Macedo Araújo

Nós estamos todos de acordo que queremos, aliás devemos fazer de Angola um grande país. Mas, para que Angola se torne verdadeiramente num grande país, 1° temos que construir um grande povo. Entretanto, para termos um grande povo, é fundamental e indispensável 1° investir no homem angolano, temos de edificar um cidadão no verdadeiro sentido da palavra, que usufrua de todos os direitos que não se pode privar à um cidadão do século XXI.

Angola precisa mais do que tudo de se fazer construir milhões de cidadãos que sejam úteis para a vida do país, que sejam amados e não indesejáveis ou rejeitados, que sejam a primeira escolha nos projectos de construção e não desprezados como acontece com o grande grupo de jovens muitos deles lançados para o mundo da delinquência e da droga que em Angola, sem exagero, se transformam em classe social de marginais.

Pois, para que um país seja realmente respeitado, é preciso que tenha suas sociedades estabilizadas. E, a estabilidade de uma sociedade de muito depende da personalidade de seus cidadãos, da consciência de seus residentes e não unicamente das suas riquezas. E a consciência dos residentes de uma localidade, de uma vila, de um país, depende essencialmente dos projectos definidos pelo Estado e da direcção que for indicada pelo governo que aplica as políticas do Estado para a construção da nação.

Não, nós nunca ignoramos os esforços que têm sido empreendidos pelo governo. Mas, em linhas gerais, quero dizer que, o bom ou mau cidadão, o bom ou mau jovem, de muito depende do bom ou mau desempenho do governo. O mau desempenho do governo, fomenta as desigualdades nas vias e nos meios para os cidadãos conquistarem as ferramentas e o conhecimento para eles próprios adquirirem o essencial que lhes permita viver bem. Á isto chamamos os desequilíbrios sociais e económicos. Logo, se hoje em Angola a delinquência faz lei, é essencialmente porque o governo está a trabalhar mal. Pois, o ambiente que se vive numa sociedade é sempre fruto da boa ou má actividade do governo.

Quando falamos de um lado de uns poucos ricos e do outro de milhares de angolanos pobres ou miseráveis; quando falamos de milhares de angolanos que não sabem onde dormir e de uns poucos que têm cinco ou seis casas e vivem em grandes palácios; quando falamos de gente que tem cinco ou dez carros e outros milhares de irmãos também angolanos que têm que andar a pé debaixo do Sol, na chuva ou na poeira ou lutar para conseguir o Candongueiro; quando falamos das mulheres que perdem os filhos durante os partos violentos ou por falta de lugares nas maternidades; quando falamos das milhares de crianças que morrem por falta de tratamento médico, porque são rejeitadas nos hospitais e porque seus pais não têm dinheiro nem para comprar o paracetamol que combate a febre; quando falamos daqueles que com armas na mão defenderam o país, deram tudo de si e até hoje ou não têm as suas pensões ou recebem uma ninharia do que deviam; quando falamos dos casais que se divorciam ou dos homicídios e suicídios que se multiplicam só porque um dos parceiros não tem dinheiro para matar a fome ou dar a criança aquilo que ela precisa, ao mesmo tempo que uns poucos deitam fora milhões de dólares no estrangeiro; quando falamos das crianças que ficam sem estudar por falta de escolas, ou sem o ingresso à universidade por caprichos de uns poucos, enfim… tudo isso não restam duvidas, é prova mais do que evidente que o governo não quer o bem do seu povo. E somos forçados a aceitar que é aqui onde inicia a fonte da delinquência.

Porque a delinquência é também falta de amor, amor de si próprio, amor ao próximo. O facto de não se sentir amado, o facto de não amar a sua própria vida; o facto de se sentir inútil e impotente na satisfação dos seus desejos, empurra a pessoa a odiar-se primeiro a si e depois a pensar que o outro é culpado da sua situação. Esta falta de amor, é também consequência da falta de meios que os permita satisfazer as suas necessidades básicas.

Contudo e conforme disse, para além de outras razões, a delinquência começa com a privação dos direitos mais elementares do cidadão como é o direito a educação, a saúde, ao emprego, a uma casa condigna, a livre circulação, mas também o direito a palavra e a informação. Portanto, é a reunião de todos esses estímulos negativos que muito influencia a delinquência; porque a falta do essencial para viver, provoca a frustração e essa ilumina o desespero e é o desespero que empurra os mais fracos psicologicamente para a violência, para a via mais suja e condenável que é a delinquência.

Porém, não venho ao Cacuaco para formular críticas gratuitas ao governo, tão pouco como advogada dos marginais. Eu venho hoje ao Cacuaco para em conjunto encontrarmos as soluções dos problemas que nos afectam à todos.

A todos porque: são os delinquentes que estão permanentemente em risco de vida, são os delinquentes que perigam as vidas de seus próximos e a vida de seus parentes; à todos porque os crimes perpetrados pelos delinquentes prejudicam muito mais aqueles que já nada têm, aqueles que se levantam cedo, aqueles que trabalham duro e ganham muito pouco, os pobres e sacrificados, a gente do subúrbio, a gente que já é discriminada pelo Estado na distribuição dos bens da nação, os mais desfavorecidos, os sem teto, os sem escolas, os sem emprego, os sem alegria. Numa única palavra, os delinquentes por sua vez impedem o progresso e o desenvolvimento do país, porque tiram a tranquilidade que outros cidadãos de boa fé precisam para poderem trabalhar para o bem-estar de todos nós.

Para além de outras medidas que seriam ideais para colmatar o mal delinquência, proponho trabalhar com as associações que têm de ser profissionalizadas. É urgente promover mais cursos de assistentes sociais, criar mais infra-estruturas e triplicar os meios materiais por formas à que essas associações locais que, repito, têm de ser profissionalizadas, sejam capazes não só de albergar, enquadrar as crianças e os jovens, mas possam transformar a maneira de pensar e agir de um potencial delinquente e fazer desse um homem íntegro e valoroso cidadão angolano. “A solução dos nossos problemas não passa nunca pela violência! É a luta pelo saber e o esforço no trabalho digno de todos os dias que o Sol se levanta e a todo o preço que nos vai dar a felicidade”.

Nesse aspecto muito particular, as igrejas, em auxilio das escolas e dos pais e encarregados de educação, têm um papel muito importante a desempenhar na pacificação dos espíritos e na aplicação da mensagem do Senhor para cada um de nós praticar o bem ao nosso próximo. Quem fala das igrejas, fala do comportamento das forças da ordem. Os polícias, os tribunais e os magistrados, não podem constituir-se unicamente em meios de repressão; têm de ser igualmente agentes de persuasão, de aconchego. As forças da ordem têm de servir de conselheiros e educadores, assim como o agente da polícia, não pode estar na rua somente para prender, punir ou matar, tem de se prestar útil ao cidadão como confidente, como irmão mais velho do jovem desorientado.
Nisso tudo, o grande erro que o actual governo cometeu, foi o de não ter acreditado nas potencialidades do angolano, sobretudo na sua capacidade de se transformar. O governo ao campar na filosofia de que o angolano é preguiçoso ou pouco inteligente, optou pela importação de mão-de-obra estrangeira, em vez de investir muito mais na formação e na mobilização dos jovens para o estudo, o esforço do dia-a-dia e o trabalho digno. O dinheiro que gastamos com esta política de importação, daria para proporcionar o bem-estar para muitos milhões de cidadãos e para retirar da delinquência milhares de jovens que hoje caíram no total desespero. Esta política do governo fechar fábricas e oficinas para privilegiar a importação.

Porém, o maior esforço ainda é igualmente a luta política. Neste quadro específico, a alternância do poder é, tal como disse no início uma das soluções mais viáveis e consentâneas para a solução global dos problemas que tenho vindo a citar. A alternância do poder significa que: quando não estamos satisfeitos com a forma como o governo está a resolver os problemas que nos tocam, nós demos um voto de contestação. Ou seja, na altura das eleições, nós votamos num outro partido ou dirigente que pensamos que melhor vai trabalhar para a maioria do povo.

Se este governo ou presidente que nós escolhemos, não trabalhar conforme queríamos no espaço dos cinco anos, então retiramos o nosso voto de confiança e vamos votar num outro.

É assim que os países avançados fazem, é assim que nesses países a delinquência é muito relativa; é assim que o número de pobres é muito reduzido, porque os presidentes, ministros, ou governadores são obrigados a trabalhar bem sob pena de abandonarem os cargos.

Aqui em Angola, as coisas não mudam, porque os dirigentes sabem que trabalhando bem ou mal, continuarão sempre a governar.

É por isso que, nas próximas eleições, se quisermos que as nossas vidas tenham um outro rumo, que o nosso futuro e das gerações vindouras esteja seguro, que haja paz social para todos, que reine o amor entre todos nós; que as nossas crianças gritem e saltem com alegria já não de dor, de fome ou de medo; que possamos andar nas ruas de noite e de dia sem medo de ser assaltados ou mortos, temos de votar um outro governo, um outro presidente que sinta na carne e na alma a dor que esta situação nos provoca.

É nesta óptica que eu ofereço os meus préstimos e coloco ao dispor de todos os angolanos a minha visão e o meu programa de acção social que garante uma Angola muito mais social, muito mais justa e verdadeiramente próspera e acolhedora!

Há mais de trinta anos que andamos nisso, é tempo de mudar. Aqui está a urgência de experimentarmos outras coisas, com outras pessoas a pensarem e agirem para o bem de todos os angolanos e não apenas para o beneficio de muito poucos. Eis ao justo o motivo principal da minha candidatura à presidência dos destinos de Angola.

Quero criticar e corrigir a forma de governação consubstanciada na busca de dividendos políticos e de benefícios pessoais astronómicos que no fundo inspiram o sindroma da cultura de violência para provocar a confusão e fazer esquecer ou desviar a consciência do povo quanto a realidade do seu estado precário de vida;


Quero criticar e corrigir a falta de políticas consentâneas para a massificação do ensino e a consequente erradicação do analfabetismo;


Quero criticar e corrigir a falta de priorização de iniciativas de empreendimentos de base para ocupação de um maior número de cidadãos;

Quero criticar e corrigir a falta de programas de educação e sensibilização de moral e cívica de base junto das massas por parte dos meios da comunicação social, sobretudo estatais;

Quero criticar e corrigir a ausência de uma política para a formação de quadros técnicos nacionais a altura das exigências das novas tecnologias e dos novos desafios da ciência; a problemática do emprego com salários que estejam ajustados a realidade do custo de vida;

Mas, venho também para alertar que a falta de habitação, de assistência médica e de outras politicas de âmbito social ao alcance de todos e que satisfaça à todos, para além de constituir a causa primeira da delinquência, é também um manifesto contra os Direitos Humanos.

Venho para dizer: “Sim, queremos um milhão de casas, mas não um milhão de caixas, como estas que estão a ser construídas em muitos locais, sem condições básicas para qualquer cidadão poder habitar. A casa do pobre não pode ser uma casa qualquer, apenas com teto e paredes”.

Portanto, se eu for eleita como presidente de Angola: logo a minha proposta será para a inversão das prioridades.

Começaria por:

Colocar o Estado como o maior empregador e com 80% das responsabilidades na aplicação das políticas de educação, formação e assistência médica e medicamentosa;

Despolitizar os sectores e serviços públicos da governação e introduzir a cultura dos Direitos Humanos no seio daqueles que estão a testa do Estado e do Governo;

Dar mais poderes aos governos locais desde as comunas, pois são esses que estão mais próximos da realidade de vida das populações e em conjunto com os residentes locais, mais facilmente podem encontrar as fórmulas para rapidamente os resolver. Neste quadro, os critérios de eleição e nomeação dos candidatos, serão mais por capacidade e competência e não meramente por afinidades políticas;

Priorizar o investimento estrangeiro para os sectores mais estratégicos como é a pesquisa científica, a grande indústria e os sectores de exploração dos minerais estratégicos, ao mesmo tempo que, nas zonas urbanas, deve se triplicar o número de empresas e oficinas, profissionalizar o sector de prestação de serviços e projectos de acção social, por formas a proporcionar muito mais empregos, rentabilizar a produção e dar maior poder de compra aos cidadãos de todas as categorias e classes.

Para as zonas rurais, dar maior sustentabilidade a agropecuária, organizar a produção e produtividade dos camponeses; criar maior fluidez na evacuação de seus produtos e permitir um melhor acesso da população rural com as cidades; isto os vai permitir ter uma outra visão da sociedade e os vai convidar a dar um maior contributo para o desenvolvimento das suas vilas criando assim muitos outros pólos de atracão. Esta dinâmica, é também uma via de escape para libertar as cidades dos engarrafamentos, do desemprego, da bandidagem, enfim…

“A juventude para a vida de um país é como o sangue para o corpo humano”. Se um país não tiver a capacidade de promover jovens saudáveis, capazes, audazes e prontos para todas as tarefas de reconstrução nacional, este país está vulnerável e sujeito a ser ocupado por outros que vêm de longe. Se um governo não consegue produzir jovens, futuros dirigentes ou bons chefes de família, é um governo fracassado.

Juventude futuros dirigentes, chefes de família, obreiros da valorosa nação angolana! Não baixem os braços, não vacilem, não entreguem a vossa sorte à droga, ao alcoolismo, a delinquência! Levantai a vossa cabeça, colocai a vossa inteligência no que de mais possa ser útil para si, para os vossos pais, para os vossos futuros filhos, para a vossa geração futura, lutem com dignidade tal como vossos antepassados lutaram para resgatar a terra do ocupante, construam no presente os vossos lares e para com a mesma dignidade alcançarem o amor que tanto vos falta! Metam-se por isso ao trabalho, a partir de pequenas coisas, organizem-se em grupos de pequenos construtores e renunciem a violência, agora. Pois podemos cair na lógica do pai delinquente, filho será também.

Juventude, força da nação, homens e mulheres dessa grandiosa Angola! Estamos juntos nessa luta e conto convosco nas próximas eleições!

Queremos eleições presidenciais ao sufrágio universal directo, já! Só o povo é soberano.

Muito obrigada pela atenção que me dispensaram, que tudo quanto disse seja benéfico para a transformação positiva das vossas vidas e não nos esqueçamos,

Que Deus Abençoe Angola!


Precisamos de 5 mil assinaturas
Caso queira apoiar com a fotocopia do seu Cartão Eleitoral nosso contacto:
apoieluisete@portugalmail.com


Cacuaco Abril de 2009

Luisete Macedo Araújo

Pré-Candidata às futuras eleições presidenciais
- Reflexão -
Tirar a mulher angolana da pobreza
Repetidas vezes tenho dito que um dos grandes erros dos africanos, em particular dos angolanos foi não ter investido nas mulheres. Nada substitui a educação. Se verificarmos bem, salvo algumas excepções, grande número de jovens que erram pelas sociedades, são filhos de pais, cujas mães, não têm instrução académica ou formação adequada.

As coisas agravaram-se muito mais depois de 1975 em que o número de mães precoces aumentou consideravelmente devido a guerra. Muitas mães casadas viram-se desposadas forçosamente dos seus maridos, uns violentados para tropa, outros apanhados no fogo cruzados morreram bruscamente.

Naquele tempo muito poucas senhoras eram letradas e viram-se de noite para dia obrigadas a suportar seus filhos. Como todos sabemos, a educação que faz do homem um ser social aceite por todos é a educação do lar. As mães na sua maioria, não só não podiam dar esta educação, mas viram-se desautorizadas pelos seus filhos habituados a autoridade dos pais. Resultado, as portas se escancaram e os miúdos de tenra idade mergulharam para o mundo da bandidagem, onde ninguém respeita ninguém e tudo se resolve pela violência. Depois foram os recrutamentos forçados para tropa e a falta gritante de meios de primeira necessidade o que tornou estes filhos ainda muito mais rebeldes.

Com os filhos foram também as filhas que do outro lado deste mundo violento, tornaram-se mães sem o mínimo de condições. Analfabetas, porque negaram a escola ou se para lá iam, era apenas para ganhar outros vícios.

Esta é uma longa estrada que conduziu a mulher para a desgraça. E com ela foi esta nova geração que apenas muito poucos escapam.

A mulher como ao longo dos trinta anos não foi preparada, não aprendeu, não ganhou os mecanismos que a possibilitariam encontrar soluções para superar as inúmeras dificuldades. A pobreza é evidente, muito mais nas mulheres rurais, lá na Angola desconhecida ou ignorada.

Como melhorar a condição da mulher angolana?
Uma das medidas chaves, a primeira de todas as que pretenderemos tomar, é convencer todos os actores da dinâmica social que a mulher deve voltar a ser a mãe de ontem, educadora, conselheira, amiga. Temos que diminuir os gastos em projectos muito dispendiosos e que não têm prioridade nenhuma. Antes de erguermos grandes palácios, devíamos ter o mínimo de sentimento. Não acredito que, como concidadãos, temos a coragem de olhar para esta pobreza, dizer que não há meios, quando ao lado estamos a construir sociedades burguesas, com luxo muito superiores aos que se pode encontrar em países onde o pobre tem as condições dignas para viver.

A mulher precisa de ser apoiada materialmente. É urgente estudar-se a politica dos subsídios de maternidade, os apoios as mães solteiras, rever-se a politica dos pequenos negócios já que o projecto das Pequenas e Médias Empresas não teve o resultado esperado. Em paralelo, obrigarmos a mulher a instruir-se ou a aprender uma profissão que realmente se pode ter o mínimo de certeza que encontrará emprego. Hoje isso não é possível em Angola, porque a politica do governo não é de criar emprego, é de importar mão-de-obra. Isto complica todo o esforço de resolução sustentada ou de longa duração. Pois, também não só apologista da teoria do Estado Providência ou seja, passar a dar esmolas à toda a gente. Mas, como o Estado ainda não conseguiu dar as oportunidades para as pessoas poderem conseguir o seu sustento pelo esforço próprio, este mesmo Estado é obrigado à dar o que o cidadão precisa. Lembramos que, por causa desta politica de desprezo ao próprio cidadão angolano, Angola está a conhecer uma escalada de violência jamais vivida. E infelizmente quem sofre são outra vez os pobres, pois os que têm meios vivem em zonas bem protegidas.

É na realidade por isso que os governantes actuais pouco ou nada fazem para encontrar fórmulas de dar o mais elementar, não só para mulher poder viver, mas para que ela possa fazer viver outros membros da família. É preciso que os governantes, desçam até as ruas, visitem as praças, conversem com as mulheres, mães ou não, para se inteirarem do estado de desgraça que vivem. Muitas são aquelas que se perguntam, porquê que seus filhos morreram na guerra, ou porquê que seus maridos trabalham.

É difícil perceber, qual de facto é o programa do governo para solucionar as crises. É patente, a situação está insuportável e requer uma reacção urgente. A solução no presente passa impreterivelmente pelas subvenções e subsídios. Tenhamos compaixão para as crianças que não têm culpa do que passam e não deviam ser penalizados. A pobreza das suas mães, é guia assinada para o mundo da delinquência e sinceramente pelo que vemos não creio que o governo tem a noção do tipo de geração está a formar agora para o futuro, salvo se é propositado o que se está a fazer. Manter a maioria miserável para que a fortuna continue concentrada em muito poucas pessoas.
LMA
BENGUELA/LOBITO - PALESTRA OMUNGA


MARÇO MULHER COM: LUISETE ARAÚJO

Em Benguela

Para todas as mulheres de Benguela, de Angola, de Africa e do mundo inteiro, gostaria de aproveitar esta soberba oportunidade para endereçar a minha palavra de solidariedade e compaixão. Nesta data quão especial que é o 8 de Março dedicada a Mulher, não vou tecer um discurso, quero sim juntar às demais, a minha mensagem enriquecida de muito significado.

Muito mais gostaria de fazer para além de contribuir com simples palavras, mas tenho fé que não tarda o dia, outra oportunidade se vai oferecer para contribuirmos de forma mais efectiva, com acções práticas que visem o melhoramento da condição de vida das mulheres de toda Angola. Pois, não considero este um dia somente de festa. O 8 de Março é uma jornada para reflexão, é um dia em que todos nós, mulheres e homens, somos chamados à dedicar um minuto de meditação à mulher como fonte geradora de vida e garante da perpetuidade humana.

O 8 de Março é um dia em que todos nós devíamos prestar juramento para não mais fazer sofrer aquela de quem todos nós devemos a nossa existência sobre a terra. Aquela que, nos momentos mais difíceis, nos momentos de dor e desespero sempre se predispõe ao nosso lado como mãe, simplesmente mulher ou fiel companheira. Nunca se falou tanto da mulher e se enalteceu seu papel na sociedade como agora em que o mundo da comunicação social não poupou esforços para divulgar mensagens e desenvolver temas que relembram os males de condutas conservadoras, ao mesmo tempo que traçam linhas para um entendimento muito mais cordial entre homem e mulher na nossa jovem sociedade.

E, este dia que todo o mundo reserva especial atenção à mulher em todos os seus estados, gostaria eu dedicá-lo muito particularmente para aquelas mulheres esquecidas que até aqui continuam prisioneiras dos preconceitos errados e que se colocam no estatuto de subservientes e vítimas de muitos humanos que ainda não compreenderam o valor da mulher na vida dos homens e das sociedades e o respeito e o carinho que merece. Não nos esqueçamos: “Deus criou o mundo, mas é pela mulher que criou outros homens”. Na África em especial, longe de ser amparada, “a mulher continua a ser a primeira vítima de todas as vítimas”, suportando dor ao gerar vida, dor ao ver o filho chorar, dor ao ser incompreendida pelo parceiro, dor ao ser estigmatizada pela sociedade como ser inferior e muitas vezes como criatura insignificante. Penso precisamente na mulher rural, a mulher do campo, aquela que tem de suportar sozinha, dia e noite as durezas da vida do quotidiano onde falta de tudo; aquela mulher que continua a transportar a lenha as cabeças, a transportar pesados bidões de água dos rios à longas distancias e com o filho as costas, aquelas que continuam a sustentar sós a educação dos filhos e suas múltiplas vicissitudes.


Penso nelas e noutras como elas que ainda não se libertaram destes preconceitos erróneos alimentados por muitos homens não cultivados; homens que fazem da violência gratuita e por vezes selvagem, a solução de problemas que teriam um curso muito mais benéfico e proveitoso por via do diálogo e da compreensão mútua, tanto para um, como para outro, muito mais para os filhos que têm sido os mais prejudicados.

Caros cidadãos, eu também acredito que: é pelo trabalho na dimensão do ideal que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, mas é ainda e só, o trabalho árduo que poderá garantir à mulher uma independência concreta até aos próximos tempos. Angola continua ainda sob os efeitos de mais de duas décadas de guerra fratricida, em que os homens foram mortos e milhares de outros desaparecidos, e as mulheres forçadas a desempenhar o papel duplo de mãe e tutora ou chefe de família. Mesmo assim, nos múltiplos sectores e facetas da guerra, estiveram na primeira linha lado a lado com os homens, demonstrando valor igual.

Foi assim que a mulher desbravou caminhos e aprendeu na luta do dia-a-dia, a ser muito mais do que aquilo que os homens a caricaturaram ao longo de milhares de anos, como ser cuja missão é apenas a de natalidade. Mas, a história já provou e o presente o confirma que hoje a mulher fala de si e por si, ganhou confiança e mostrou que pode e por vezes muito mais e melhor. Porém, muito embora todas essas vitórias alcançadas só no final do século XX, fica muito difícil falar da emancipação da mulher.

Emancipação é algo tão complexo e tão complicado que, se for mal equacionada, tornamos a vida mecânica e a família como algo sem o sentido original de embrião propulsor de estabilidade na sociedade. Preferia de forma mais prudente ficar pela valorização da mulher no contexto do desenvolvimento, num palmarés igual ao do homem.

Segundo Kant: « O Homem não pode ser Homem senão através da educação ; ele não é nada para além daquilo que a educação pode fazer dele ». Por isso eu digo: Se no quadro das prioridades da reconstrução de um país, a educação e ensino ocupa o lugar cimeiro, no meu entender, para que um país se levante e marche firme, é preciso investir na mulher. É pela educação e somente através dela que a mulher encontra todos os utensílios para atingir pelos próprios meios e caminhos as metas para sua verdadeira libertação.

Os países avançados já o provaram: uma sociedade com o maior número de mulheres instruídas, salvo algumas excepções, é uma sociedade com o número de meninos de rua muito reduzido, o aproveitamento escolar dos jovens muito mais elevado, a violência juvenil muito baixa e, indo mais além, diríamos mesmo, que muitos dirigentes não excederiam seus actos desumanos contra os seus, pois seriam muito melhor aconselhados pelas suas companheiras. Por isso, o meu apelo é: para além do apoio material, dos subsídios de maternidade, de assistência à mãe solteira e se pretendemos minimizar muitos males sociais, invistamos tudo quanto temos na educação e formação socioprofissional da mulher, para que ela possa exercer o papel pela qual vale sua existência para além de mãe; a mulher conselheira, protectora e guardiã do amor entre os homens, para que as sociedades encontrem a Paz e a concórdia que bem merecem.

Mulheres de Benguela, mulheres de Angola. Tenhamos coragem, fé em Deus e confiança em nós mesmas para desafiarmos o futuro com problemas muito mais sofisticados do que os do passado e que merecerão de todas nós, maior entrega e uma abordagem muito mais inteligente e realista.

Para terminar, há um ditado dirigido aos homens que diz: “Se quiseres ser respeitado e acarinhado pelo mundo, dê primeiro o carinho e o respeito à tua mulher.”

LMA

Discurso introdutório à
Conferência sobre o estado da Nação!


Caros presentes, sejam todos bem-vindos a este encontro de meditação sobre o estado actual da nossa Angola!

Vamos durante bons minutos falar de Angola, dos angolanos e de tudo quanto directa ou indirectamente com ela se relaciona.

Como tenho dito, eu Luisete Araújo apresentei a intenção de candidatar-me à presidência da República de Angola em 31 de Março de 2006, no Museu de História Natural em Luanda. Desse tempo a esta parte, nunca mais parei de pensar e agir por Angola e pelos angolanos;

Portanto, trago comigo no corpo e na alma, a chama da renovação, a ética na política, a força do povo angolano, a coragem de mudar, a dor das mães que sofrem no dia à dia, a luta por melhores condições para o nosso povo sofredor, a garra do trabalhador, o clamor e o amor da criança que chora, a energia do jovem, o respeito às tradições da nossa terra, mas também a fé em Deus e no país que todos amamos, assim como a convicção que o povo angolano está sedento de mudança para uma vida melhor.

Como vocês, também estou indignada com o rumo que a nossa Angola está a tomar, com os escândalos financeiros que assolam a política nacional e que tanto mal provocam à vida dos pacatos cidadãos; com o descaso do Governo e a indiferença dos dirigentes pelos males que afectam o povo; com a saúde que vai mal, com a educação que deixa muito a desejar, com o estado das nossas estradas, com as condições de trabalho dos servidores públicos e com a falta de empregos para a maioria das forças vivas, com o desespero dos nossos jovens.
Tudo e o resto nos preocupa.

Trabalhamos com afinco em companhia de muitas organizações politicas e da sociedade civil, para reunir este Memorando, mas muito temos ainda por fazer, para que de facto em Angola a Democracia seja uma realidade palpável. Porém, considero um fundamento, uma conquista inelutável do povo a eleição do seu representante máximo em sufrágio universal directo. Neste aspecto, queremos que o povo seja respeitado. Somos cerca de 17 milhões, uns mais dotados do que os outros, mas todos temos os mesmos direitos e logicamente merecemos as mesmas oportunidades para pormos em evidência o que sabemos e o que podemos.

O tempo passa, as soluções para os mil problemas não chegam. Cedo tomamos consciência de que sozinhos nada podemos fazer, mas que juntos somos uma força indestrutível.
Eis a razão de termos promovido este encontro, para escutarmos outras opiniões e juntos traçarmos novas estratégias, para novos desafios e atingirmos novas metas.

Para tal e desde já gostaria de renovar os agradecimentos pela presença de todos.

Os problemas que assolam Angola são imensos. Nós fizemos um esforço de não omitirmos o essencial. Por isso, procuramos elaborar com cuidado o Memorando que vai ser lido a seguir, onde se resume, o que mais interessa na actualidade.
Tanto o Memorando, como outras preocupações e propostas que daqui sairão, serão colocadas na Internet para que outros, angolanos ou não, fora do país, possam igualmente partilhar.

Não se esqueçam portanto que juntos podemos mudar o futuro de milhares de angolanos que sofrem.

Por conseguinte, peço a vossa atenção e paciência à leitura do Memorando, no fim do qual, estarei ao vosso dispor para mais esclarecimentos.

É TEMPO DE MUDAR.

Obrigada

Deus abençoe Angola

Discurso de BARAC tomada de posse


Para todos aqueles, que um dia tiveram inveja das pessoas que ouviram o discurso de Martin Luther King Jr. " I HAVE A DREAM" o dia 20 de Janeiro de 2009 deve ter sido uma das maiores manifestacoes de democracia propriamente dita. O melhor ainda e foi que tal facto ocorreu quando "voce" e "eu" estivemos vivos para presenciar este inesquecivel momento.
Na integra o discuso de Barack Hussein Obama:

"Meus co-cidadãos: estou aqui na frente de vocês me sentindo humilde pela tarefa que está diante de nós, grato pela confiança que depositaram em mim e ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush por seu serviço à nação, assim como também pela generosidade e cooperação que ele demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras já foram pronunciadas durante marés crescentes de prosperidade e nas águas tranqüilas da paz. Ainda assim, com muita freqüência o juramento é pronunciado em meio a nuvens que se aproximam e tempestades ferozes. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas devido à habilidade e visão daqueles em posição de poder, mas porque Nós, o Povo, continuamos fiéis aos ideais de nossos fundadores e aos documentos de nossa fundação.
Tem sido assim. E assim deve ser com esta geração de americanos.
Que estamos no meio de uma crise agora já se sabe muito bem. Nossa nação está em guerra contra uma extensa rede de ódio e violência. Nossa economia está muito enfraquecida, uma conseqüência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também de nossa falha coletiva em fazer escolhas difíceis e em preparar a nação para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos cortados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham demais; e cada dia traz mais provas de que a maneira como utilizamos energia fortalece nossos adversários e ameaça nosso planeta.
Esses são os indicadores da crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profunda é a erosão da confiança em todo nosso país – um medo persistente de que o declínio da América seja inevitável e de que a próxima geração tenha que baixar suas expectativas.
Hoje, eu digo a você que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão encarados com facilidade ou num curto período de tempo. Mas saiba disso, América – eles serão encarados.
Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança no lugar do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia.
Neste dia, nós viemos proclamar um fim aos conflitos mesquinhos e falsas promessas, às recriminações e dogmas desgastados que por muito tempo estrangularam nossa política.
Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da Escritura, chegou a época de deixar de lado essas coisas infantis. Chegou a hora de reafirmar nosso espírito de resistência para escolher nossa melhor história; para levar adiante o dom preciso, a nobre idéia passada de geração em geração: a promessa divina de que todos são iguais, todos livres e todos merecem buscar o máximo de felicidade.
Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi feita por meio de atalhos ou nos contentando com menos. Não foi um caminho para os de coração fraco – para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou que buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Em vez disso, foram aqueles que se arriscam, que fazem, que criam coisas – alguns celebrados mas com muito mais freqüência homens e mulheres obscuros em seu trabalho, que nos levaram ao longo do tortuoso caminho em direção à prosperidade e à liberdade.
Foi por nós que eles empacotaram suas poucas posses materiais e viajaram pelos oceanos em busca de uma nova vida.
Foi por nós que eles trabalharam nas fábricas precárias e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas e araram terra dura.
Foi por nós que eles lutaram e morreram em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn.
Muitas e muitas vezes esses homens e mulheres se esforçaram e se sacrificaram e trabalharam até que suas mãos ficassem arrebentadas para que nós pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como sendo algo maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.
Esta é uma jornada que continuamos hoje. Nós ainda somos a mais próspera e poderosa nação da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos inventivas, nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade permanece inalterada. Mas nossa época de proteger patentes, de proteger interesses limitados e de adiar decisões desagradáveis – essa época com certeza já passou. A partir de hoje, temos de nos levantar, sacudir a poeira e começar de novo o trabalho para refazer a América.
Porque, em todo lugar que olhamos, há trabalho a ser feito. O estado da economia pede ação ousada e rápida, e nós iremos agir – não apenas para criar novos empregos, mas para estabelecer uma nova fundação para o crescimento. Iremos construir as estradas e as pontes, as linhas elétricas e digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Iremos restaurar a ciência a seu lugar de direito e utilizaremos as maravilhas tecnológicas para melhorar a qualidade da saúde e diminuir seus custos. Nós iremos utilizar a energia do sol e dos ventos e do solo para impulsionar nossos carros e fábricas. E iremos transformar nossas escolas e faculdades para que eles estejam à altura dos requisitos da nova era. Nós podemos fazer tudo isso. E nós faremos tudo isso.
Agora, existem algumas pessoas que questionam a escala de nossas ambições – que sugerem que nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. A memória dessas pessoas é curta. Porque eles esquecem do que este país já fez; do que homens e mulheres livres pode conquistar quando a imaginação se une por um propósito comum e a necessidade se junta à coragem.
O que os cínicos não compreendem é que o contexto mudou totalmente – que os argumentos políticos arcaicos que nos consumiram por tanto tempo já não se aplicam. A questão que lançamos hoje não é se nosso governo é grande ou pequeno demais, mas se ele funciona – se ele ajuda famílias a encontrar trabalho por um salário justo, seguro-saúde que possam pagar, uma aposentadoria digna. Se a resposta for sim, iremos adiante. Se for não, programas acabarão. E aqueles dentre nós que gerenciam o dólar público serão cobrados – para que gastem de forma inteligente, consertem maus hábitos e façam seus negócios à luz do dia – porque só então conseguirmos restabelecer a confiança vital entre as pessoas e seu governo.
Nem a questão diante de nós é se o mercado é uma força positiva ou negativa. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não tem paralelo, mas esta crise nos lembrou de que, sem um olho vigilante, o mercado pode perder o controle – e a nação não pode mais prosperar quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; em nossa habilidade de estender a oportunidade a todos os corações que estiverem dispostos – não por caridade, mas porque esta é a rota mais certa para o bem comum.
Quanto à nossa defesa comum, nós rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os Fundadores de Nossa Nação, que encararam perigos que mal podemos imaginar, esboçaram um documento para assegurar o governo pela lei e os direitos dos homens, expandidos pelo sangue das gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e nós não desistiremos deles por conveniência. Assim, para todos os outros povos e governos que estão assistindo hoje, da maior das capitais à pequena vila onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de cada nação e de todo homem, mulher e criança que procura um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.
Lembrem-se de que gerações que nos antecederam enfrentaram o fascismo e o comunismo, não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles compreendiam que o poder sozinho não pode nos proteger e nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles sabiam que nosso poder cresce pro meio de sua utilização prudente; nossa segurança emana da justiça de nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e do auto-controle.
Somos os guardiões desse legado. Mais uma vez, guiados por esses princípios, podemos encarar essas novas ameaças, que exigem esforços ainda maiores – ainda mais cooperação e compreensão entre nações. Nós começaremos a deixar o Iraque para seu povo de forma responsável, e forjaremos uma paz conquistada arduamente no Afeganistão. Com velhos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear e afastar a ameaça de um planeta cada vez mais quente. Nós não iremos nos desculpar por nosso estilo de vida, nem iremos vacilar em sua defesa, e para aqueles que buscam aperfeiçoar sua pontaria induzindo terror e matando inocentes, dizemos a vocês agora que nosso espírito não pode ser quebrado; vocês não podem durar mais do que nós, e nós iremos derrotá-los.
Porque nós sabemos que nossa herança multirracial é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e de pessoas que não possuem crenças. Nós somos moldados por todas as línguas e culturas, trazidas de todos os confins da terra; e porque já experimentamos o gosto amargo da Guerra Civil e da segregação e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos evitar de acreditar que os velhos ódios um dia irão passar; que as linhas que dividem tribos em breve irão se dissolver; que, conforme o mundo fica menor, nossa humanidade em comum irá se revelar; e que a América deve desempenhar seu papel nos conduzir a essa nova era de paz.
Para o mundo muçulmano, nós buscamos uma nova forma de evoluir, baseada em interesses e respeito mútuos. Àqueles líderes ao redor do mundo que buscam semear o conflito ou culpar o Ocidente pelos males da sociedade – saibam que seus povos irão julgá-los pelo que podem construir, não pelo que podem destruir. Àqueles que se agarram ao poder pela corrupção, pela falsidade, silenciando os que discordam deles, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas nós estenderemos uma mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos.
Às pessoas das nações pobres, nós juramos trabalhar a seu lado para fazer com que suas fazendas floresçam e para deixar que fluam águas limpas; para nutrir corpos esfomeados e alimentar mentes famintas. E, para aqueles cujas nações, como a nossa, desfrutam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais tolerar a indiferença ao sofrimento fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem nos importar com o efeito disso. Porque o mundo mudou, e nós temos de mudar com ele.
Enquanto pensamos a respeito da estrada que agora se estende diante de nós, nos lembramos com humilde gratidão dos bravos americanos que, neste exato momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos contar hoje, do mesmo modo que os heróis que tombaram em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não apenas porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir a outros; uma disposição para encontrar um significado em algo maior do que eles mesmos. E ainda assim, neste momento – um momento que irá definir nossa geração – é exatamente esse espírito que deve estar presente em todos nós.
Por mais que um governo possa e deva fazer, é em última análise na fé e na determinação do povo americano que esta nação confia. É a bondade de acolher um estranho quando as represas arrebentam, o desprendimento de trabalhadores que preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos assistem em nossas horas mais sombrias. É a coragem de um bombeiro para invadir uma escadaria cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai para criar uma criança que finalmente decidem nosso destino.
Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais as enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso sucesso depende – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, essas cosias são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas foram a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história. O que é exigido então é um retorno a essas verdades. O que é pedido a nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento por parte de todo americano, de que temos deveres para com nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos rancorosamente, mas que, pelo contrário, abraçamos com alegria, firmes na certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito e que defina tanto nosso caráter do que dar tudo de nós mesmos numa tarefa difícil.
Esse é o preço e a promessa da cidadania.
Essa é a fonte de nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos convoca para dar forma a um destino incerto.
Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo – o motivo pelo qual homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em celebração por todo este magnífico local, e também o porquê de um homem cujo pai a menos de 60 anos talvez não fosse servido num restaurante local agora poder estar diante de vocês para fazer o mais sagrado juramento.
Por isso, marquemos este dia relembrando quem somos e o quanto já viajamos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno grupo de patriotas se reuniu em torno de fogueiras quase apagadas nas margens de um rio gélido. A capital foi abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução estava mais incerto, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo: "Que seja contado ao mundo futuro... Que no auge de um inverno, quando nada além de esperança e virtude poderiam sobreviver... Que a cidade e o país, alarmados com um perigo em comum, se mobilizaram para enfrentá-lo.
América. Diante de nossos perigos em comum, neste inverno de nossa dificuldades, deixe-me lembrá-los dessas palavras imortais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes gélidas e suportar as tempestades que vierem. Que os filhos de nosso filhos digam que, quando fomos colocados à prova, nós nos recusamos a deixar esta jornada terminar, que nós não demos as costas e nem hesitamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos a diante o grande dom da liberdade e o entregamos com segurança às gerações futuras."


MULHERES PREFEREM

CANDIDATA DO POVO


LUISETE - SOMOS A MAIORIA!


VOU LUTAR PELO VOTO FEMININO E DOS JOVENS.

Semanário O País


Luisete Araújo - O que fará

se ganhar as eleições presidenciais?



De: JOSE KALIENDE


Boa tarde,venho solicitar um pequeno texto (cerca de 4 mil e 500 caracteres) para o semanário O País, respondendo, na qualidade de candidato à Presidência da República, às seguintes questões:No actual cenário político, com a maioria parlamentar detida pelo MPLA, com o governo formado exclusivamente pelo MPLA, com o Orçamento de Estado aprovado, com o plano do governo aprovado para os próximos três anos. Sabendo que o Presidente da República é o chefe do governo (neste sistema "de pendor presidencial"), o que fará se ganhar as eleições presidenciais? - Como será lidar com um parlamento dominado pelo MPLA e com um governo do MPLA?
Porquê que acha que no actual sistema "de pendor presidencial" o Presidente não deve ser eleito pelo parlamento? Não seria o ideal (desde que tivesse que ser o chefe de um partido) para evitar conflitos institucionais entre a presidência, o governo e o parlamento? Se lhe for possível envie a resposta, por favor, com a brevidade que puder.Muito obrigado JK.

1. A questão da governação tem mais a ver com os princípios, com a visão de sociedade e com a metodologia de direcção de cada governante. A questão de dirigir um país, um governo tem pouco a ver com a questão partidária. É aqui onde erramos sempre. Fazemos compromisso com o regime interno do Partido e não com a ciência de dirigir, logo, em vez de servirmos a maioria, caímos no erro de fazer as vontades de um pequeno grupo.

2 – Se ganhar as eleições a primeira premissa é pôr ordem em tudo. Mesmo se o OGE esteja aprovado ou não, desde que haja transparência, pode-se muito bem-fazer um trabalho digno disso. Porém, actualmente, não temos projectos de sociedade credíveis e científicos, gizados. Muitos são aqueles que admitem termos falta de dirigentes mais íntegros, compenetrados, capazes e de bom senso a frente das estruturas afins. Não há rigor naquilo que devíamos chamar a cultura de resultados. Não há seriedade nas estruturas de fiscalização e controlo das actividades governamentais.

3 – Mesmo sendo de pendor presidencial ou presidencialista, em tudo deve primar o respeito. Não é o caso agora. O relacionamento entre o Presidente da República, os ministérios e seus ministros, é mais de índole ideológico partidário cuja disciplina é vertical e de obediência cega e não profissional. Há falta de protagonismo e independência por parte do primeiro-ministro.

4 – O relacionamento com o parlamento tem de ser com base no diálogo e com respeito aos mecanismos que tem de existir que ligam os poderes presidenciais, executivos e legislativos. Se formos disciplinados no cumprimento daquilo que está estatuído, não tememos as maiorias ou minorias, tememos simplesmente a razão. E a razão quem a tem é sempre o povo que a gente diz servir. Ora, hoje, não sabemos exactamente o que o PR e o governo em exercício querem para com Angola, o que temos para se poder implementar os programas traçados; nem onde efectivamente queremos chegar, quando, cada dia em que o Sol nasce, tomamos nova direcção deixando os trabalhos a meias ou removendo os trabalhos que foram feitos de improviso.

5. A questão da eleição pela forma indirecta, só se põe pelo facto de não estar estatuído. O povo que é o soberano não votou isso, mesmo os militantes do MPLA, não votaram para isso. Respeitemos o povo se queremos que ele nos respeite, do contrário é sim ditadura e o século XXI já não se presta à este tipo de regime que não deixa de ser inumano.

Portanto, antes de se idealizar seja o que for, para dar bons frutos e não se esbanjar meios que salvariam milhares de vidas, é fundamental pôr-se ordem a quase tudo, a começar pela forma de pensar dos dirigentes. Podemos ter ideias brilhantes, mas se esses pressupostos acima descritos não forem observados, todo esforço do governo resulta no que estamos a ver.
É urgente implantarmos a cultura do diálogo, do respeito e do dever com responsabilidade e honestidade.
A CANDIDATA DO POVO
LUISETE QUER APOIO DOS
PARTIDOS POLITICOS
Visita de Cortesia
LUISETE E EDUARDO KWANGANA ´PRS´

A VOZ DO POVO
Encontro de Cortesia
LUISETE & NGOLA KABANGO
3 FESTIVAL DE CINEMA 2009


100 dias de governação

Luisete Macedo Araújo
candidata às presidenciais 2009
14 de Janeiro 2009

"Teríamos aplaudido se o intelecto nos dissesse que a quantidade bruta se sobrepõe a qualidade justa. Como diz o contrário, prefiro seguir a voz da razão e o eco da minha consciência. E como o meu subconsciente adverte-me não vergar diante do sensacionalismo, mantenho a minha linha que dá prioridade a necessidade da crítica, até que o equilíbrio se transforme em lei. Enquanto o equilíbrio na gestão da coisa pública for excepção, prossigo a obrigação de privilegiar a denúncia do que vai mal. Esta é uma das melhores formas de se solidarizar com as massas, quando se está desprovido de meios."

Por conseguinte, tenho a dizer que: a dinâmica administrativa do governo actual nos vários sectores da política, do social e da economia, segue o seu ritmo normal que é caracterizado pelas estratégias que foram projectadas desde os anos anteriores às eleições passadas.

Falar de 100 dias, teria grande realce e sentido se esses estivessem compactados numa lógica de inovação das suas políticas de governação, conciliadas com as linhas orientadoras e os mecanismos de acompanhamento da prossecução do que fora programado. Os alicerces que sustentam o edifício, são velhos, não foram rectificados desde que o partido da situação existe.
Portanto, as obras que apreciamos aparentam os mesmos estilos e prosseguem os mesmos objectivos iniciais. Ou seja: fazem de contas que se avança para o bem comum, quando na realidade, a uns se oferece uma gruta, e a outros um palácio. Isto, não é só uma grande violação aos valores morais, é acima de tudo um atentado à "personalidade" individual do cidadão.
Não é preciso chamarmos inútil a alguém, quando pretendemos reduzi-lo a zero; basta este tipo de procedimento descriminatório. É o que vemos agora.

O desdém com que muitos se oferecem a falar das casas que são destinadas ao povo como uma das maiores conquistas do governo, quando ninguém se dignou em permanecer um único minuto dentro delas ao meio dia, ou 10 minutos em convivência com a gente que habita tais aglomerados, espelha bem o que se pretende para com os angolanos. Angola está a estratificar-se por camadas bem agrupadas, com gente muito bem seleccionada. Basta ver o que são clínicas e para quem se destinam os hospitais.

Numa única palavra, digo que não é justo. As eleições ou o seu resultado, ao meu ver, não alteraram até aqui o curso dos acontecimentos. Repito o que tenho vindo a dizer: na conjuntura, não são os homens que devem ser avaliados. O que deve ser vigiado, são os princípios que definem as metas a atingir pelos sectores afins. Não pretendo tirar o mérito individual a nenhum dos governantes, sobretudo no que toca à coragem que muitos têm em negar as orientações que em nada abonam os interesses do colectivo.

A verdade é uma: no meu ponto de vista, o governo deveria fazer um compasso de espera, rever e rectificar o seu programa e o Presidente da República que também é o chefe do governo, por sua vez, deveria ter a coragem de vir a terreiro e reconhecer que cometeu-se erro na concepção e se tem precipitado na materialização do programa de Construção e Reconstrução de Angola.
Estamos a esbanjar muito dinheiro que daria para coisas muito mais úteis ao povo no geral; continuamos a nada fazer na preparação dos angolanos; continuamos a assinar contratos que privilegiam a importação de cérebros e mão-de-obra estrangeira; continuamos a menosprezar e a não consultar o povo que dirigimos; continuamos a coarctar politicamente as consciências dos quadros e intelectuais, e a investir em futilidades que em nada beneficiam a maioria; as mortes nas estradas e outras que não têm nada de natural e em número assustador, espelham igualmente o real interesse deste governo em resolver os problemas do povo. Não é só SIDA, é má governação.

Para terminar, sou sincera em dizer que: "Estamos retidos na maior sequência de problemas burocráticos. Só não se atomizam as gafes desta governação porque o povo angolano é um dos mais educados do mundo."

Jornal AGORA

Encontro de cortesia

LUISETE - SAMAKUVA


Durante o encontro, Luisete Araújo e Isaías Samakuva trocaram impressões sobre o actual momento político, apontando preocupações que dizem respeito à liberdade individual do cidadão e de haver “sinais que indicam que o país está a recuar quanto às conquistas democráticas”. Depois de analisarem o ambiente político em que se realizaram as eleições legislativas de 5 de Setembro, nas quais o seu partido elegeu apenas 16 deputados para o Parlamento, o líder da UNITA disse que “as eleições devem permitir que o cidadão se pronuncie livremente, sem constrangimentos”. A pré-candidata às eleições presidenciais, Luisete Macedo Araújo, disse que os órgãos de comunicação social estatais não permitiram aos partidos da oposição expor as suas ideias.


Fonte Jornal de Angola

PROMETO


Não seguirei as mesmas políticas do actual presidente em termos económicos. Criarei novos postos de trabalho sem ter que recorrer ao petróleo, quero fazer de Angola uma grande nação com ajuda do povo
Luisete Macedo Araújo
Candidata às eleições presidenciais

Nota de Imprensa
Mensagem de condolências


Aos familiares e amigos
Aos militantes e membros do PLD
Ao povo angolano em geral

Foi com profunda consternação que tomamos conhecimento do passamento físico da cidadã Anália de Vitória Pereira, presidente do PLD, ocorrido no passado dia 07 de Janeiro de 2007.

Com este infortúnio, os angolanos no geral acabam de perder mais um cérebro patriótico, mais uma voz daqueles que não têm voz, mais uma militante obstinada e sempre devotada à causa daqueles que mais sofrem, em particular as mulheres.

Anália de Vitória Pereira, pela sua coragem e lucidez política, foi durante a sua brilhante carreira um verdadeiro ícone de referência positiva que inspirou demais nacionalistas à enveredarem por esta via de resistência e em defesa dos mais desfavorecidos. Aí nos reconhecemos e por tal, nesta hora de dor e recolhimento, queremos nos associar aos angolanos espalhados por esta Angola e não só, os nossos sentimentos de pesar e endereçar à família enlutada e aos militantes do PLD a nossa solidariedade e os mais sentidos pêsames.

2009 LUISETE ARAÚJO A ESCOLHA DO POVO


Luisete Macedo Araújo, em entrevista a uma das rádios da capital considerou que: “ ainda me falta apoio massivo mas o povo tem que me ajudar a escrever o próximo capítulo da história de Angola; a minha candidatura é para o povo. Estamos a criar já um amplo movimento de apoio a minha candidatura e todos aqueles que queiram fazer parte da mesma deverão dar a fotocópia do cartão eleitoral para poder na hora certa apresentar Ao Tribunal Constitucional. Podemos ver em cada esquina do nosso país as várias crises em que vivemos por isso temos que mudar o quadro cruel do país.


LUISETE ARAÚJO PODERÁ SER PAIXÃO DO ELEITORADO


As pessoas não escondem simpatia por Luisete. A candidata do povo como é conhecida e única mulher na corrida presidencial deixa bem claro que quer milhões de votos dos Angolanos, sente-se confortável quando é entrevistada pela imprensa. A Pré-candidata não tem currículo politico é cara nova no mercado isto agrada o povo e trás curiosidade. Luisete Macedo Araújo é neta materna de António Pedro Benje natural de Cabinda, preso político no então processo 50 e sobrinha de João Pedro Benge assassinado na rua Senado da câmara logo após o 25 de Abril de 1974.


MULHERES QUASE SEM DIREITOS


Luisete Araújo quer proteger as mulheres se for eleita presidente de Angola em 2009, com posições claras contra os maus tratos que as mesmas têm vivido em Angola. “ Vou envolver os media num crescente e ruidoso movimento, para que as mulheres conquistem espaço e dignidade de vida no país inteiro.
Luisete Araújo, desperta entusiasmo e amor ao próximo quando fala aos micros das rádios, diz que ama o país e que os governantes deveriam fazer o mesmo dando dignidade de vida ao povo, afirma ainda que: “Temos que tirar os nossos jovens do mundo das drogas e do alcoolismo, devemos acabar com a violência mental através de bons programas televisivos e criação de emprego.


TRAGO POLITICAS CLARAS PARA O POVO


Uma das primeiríssimas coisas que farei se for eleita presidente de Angola é tirar todos os doentes mentais e crianças da rua, dar-lhes uma nova oportunidade de vida através de um serviço médico de especialidade, fico com o coração partido quando vejo os doentes mentais – temos que tratar os nossos doentes. Que crescimento económico é este que deixa-os a viverem como animais? Trago políticas claras para o povo – temos esta tarefa de servir quando somos puder e não nos servirmos do povo.


LUISETE MACEDO ARAÚJO PROMETE:


Se for eleita presidente de Angola, quero ser uma presidente bem entrosada com o povo, saber como eles vivem, estar presente e sermos todos abençoados.