Jornal “O PAIS”


LUISETE ARAUJOCANDIDATA DO POVO

1- Há informações segundo as quais a proposta de constituição do
partido no poder propõe um mínimo de 30 mil e um máximo de 35 mil
assinaturas para suportar as candidaturas ao cargo de Presidente da
Republica. Como encara este incremento (actualmente pedem-se 10 mil),
que fins visa no seu entender?

L.M.A. – Se tal for verdade, penso ser ridículo. Isto pode ser mais uma prova do elitismo que se pretende instaurar em Angola. Se associarmos a forma sub-reptícia de intimidação que vigora em todos os escalões da nossa sociedade que só consagra estatuto de angolano com pleno direito àquele que estiver afecto ou ostentar as insígnias do partido no poder, seremos forçados a enquadrar mais esta manobra num programa de exclusão dos verdadeiros angolanos das instituições que projectam e administram seus destinos. 10 mil assinaturas já em si, é um exagero.


2- Em que pé está a campanha de Luisete Macedo Araújo no que toca a feitura do
chamado trabalho de casa?

L.M.A. - Logo após a apresentação da minha candidatura ao público, a minha acção cingiu-se predominantemente no trabalho de campo. Nunca desertei o campo, ou seja, sempre estive em contacto com a Angola que mais sofre. Esta Angola que acorda muito cedo à procura do nada. Esta Angola que não tem emprego e é vítima da falta de tudo até de compaixão daqueles que podem. Esta Angola que observa impotente, as crianças a matarem seus futuros nas ruas da amargura.
Aliás, o que me fez reagir, foi esta realidade constatada através do contacto directo que fui mantendo com as pessoas. Como não tenho fortuna para ajudar os pobres de forma mais directa e material, e como sou consciente de que, se haver boa vontade politica por parte de quem dirige, pode-se perfeitamente proporcionar uma outra forma de vida aos angolanos, porque basta isso, a boa vontade politica. Pois Angola tem meios que chega e sobra para cada um ter o conforto que se exige no quadro dos Direitos mais elementares de qualquer cidadão. Foi esta falta de boa vontade política que me encorajou a candidatar-me.
Já estive em: Cabinda, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Malange, Benguela e Bengo.

3 - Está em condições de reunir o número de assinaturas requeridas para
sustentar a sua pretensão de concorrer as próximas eleições
presidenciais?

L.M.A. – Primeiro e repito, não acredito que homens responsáveis e que vivem em Angola, que têm conhecimento das estatísticas demográficas e da sociologia dos angolanos, sejam capazes de propor uma coisa dessas. No entanto, para evitar futurologia, não arrisco a ser categórica. Mas, se formos empurrados para este cenário tudo faremos para responder aos critérios que forem exigidos. Como disse no inicio, basta colocar-se fim às práticas de intimidação dos cidadãos e assim conseguiremos porque os angolanos de Cabinda ao Cunene do Mar ao Leste estão mais do que nunca sedentos de mudança. Não só mudança dos homens, é acima de tudo mudança das ideologias, das políticas e das mentalidades que desprezam o próprio cidadão angolano. Outra verdade é que, volto a recordar que, o angolano de hoje já não é o angolano de ontem que vivia retratado e ignorante da realidade politica. O angolano de hoje já não se deixa levar por três palavras e sabe também detectar nas entrelinhas as possíveis manobras.

4 - Como encara o coro de partidos e políticos que antes defendiam o
semi-presidencialismo e agora convergem no presidencialismo?


L.M.A. – O debate contraditório é muito salutar para a saúde e longevidade da Democracia. Lamento apenas que este debate tenha surgido tarde e que ainda esteja circunscrito ao nível de poucas elites. Pois, todos nós sabemos que a maioria não entende a essência epistemológica dessas palavras no contexto político e que repercussões podem ter para as suas vidas no quotidiano.
Respondendo directo a sua pergunta, penso sinceramente que, no prolongamento do projecto da urgência de se enveredar pela descentralização da administração, com o sistema de regionalização e da necessidade de se pautar pelas eleições autárquicas para devolver o poder ao povo com a eleição do administrador municipal, acho bem que a melhor forma de fazer do progresso uma realidade seria optarmos pelo regime do semi-presidencialismo ou seja da delegação de tarefas e responsabilidades que começaria na cabeça do próprio Estado. Assim evitaríamos a inércia ou o congelamento absurdo de dossiers de extrema importância, só porque
o presidente está impossibilitado de assinar, pelos mais reles motivos.
Aproveito endereçar uma palavra de muito afecto e carinho a todas as crianças de Angola e suas mães, em particular àquelas que pelas vicissitudes actuais não têm o pranto para acalentar o filho que chora. Que tenham coragem e que tenham fé que em breve tudo vai mudar para o melhor.
Se for eleita Presidente: Quero Devolver Angola aos Angolanos.

Deus Abençoe Angola

L.M.A - Nasceu em Luanda aos 22.02.1960, casada com: Carlos Vieira Lopes de Sousa Araújo. É finalista do Bacharel de Teologia pela Escola Superior de Teologia da África Ocidental, Cristã convicta há 24 anos. Filha de: Francisco Henriques de Macedo, natural de Malange e de: Fátima da Natividade Benge, natural de Maquela do Zombo Província do Uige. Neta paterna de: Mário Henriques de Macedo e de Luzia Joaquim - Naturais de Malange. Neta materna de: António Pedro Benge e de Teresa da Natividade Benge - Naturais de Cabinda, preso político no então processo 50.


Luisete Macedo Araújo - Pré-candidatura Independente a Presidência da República de Angola

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